A área do IAC (Instituto de Agricultura de Campinas), responsável pelas pesquisas importantes na área de agricultura em todo Estado, saiu da lista de alienação do governo estadual. Ela, a princípio, seria leiloada junto a outras tantas por conta da queda de arrecadação do Estado de SP. A notícia da saída do IAC da lista tão temida por jundiaienses foi confirmada pelo deputado Aprillanti Jr ontem (19). Ele foi um dos que insistiu com o governador Geraldo Alckmin na questão de não levar a área à leilão. Documentação recebida pelo deputado, do qual o Portal Tudo teve acesso, foi assinada pelo secretário de governo, Saulo de Castro de Abreu Filho, e diz o seguinte: ‘transmito à vossa excelência cópia da manifestação da Agência Paulista de Tecnologia de Agronegócio, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, que esclarece que, no momento, a referida área não está no cronograma para realização da alienação’.
“Isso é fruto de todo um trabalho”, já comemora Aprillanti.

A questão é complexa e fez com que políticos de Jundiaí se mexessem por meses. Foi tema da campanha eleitoral ano passado e assunto de debates calorosos durante todo o ano de 2016. No entanto, mesmo depois da administração atual tombar a área pelo Patrimônio Histórico e ganhar ‘proteção’ do Legislativo de Jundiaí através de uma lei, o local continuou na lista do Estado para ser comercializada.
Há um mês, porém, a Secretaria Estadual da Fazenda suspendeu temporariamente o pregão que iria contratar um consórcio que administraria o Instituto Agronômico de Pesquisas de Jundiaí (IAC). A medida foi tomada devido a questionamentos feitos pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).
A empresa escolhida seria a responsável pela manutenção de 267 unidades de um estoque de mais de cinco mil, distribuídos por todas as regiões do Estado e poderia colocá-los à venda. A avaliação inicial desses imóveis chegava a R$ 1 bilhão.
Hoje, o IAC é direcionado às pesquisas agrícolas e muito há de se perder caso a área seja destinada para venda. Entretanto, nem os apelos calorosos dos pesquisadores fizeram com que o governador Geraldo Alckmin mudasse de ideia à época. No CEA-IAC são feitas pesquisas importantes da área e foi o pioneiro, por exemplo, na implantação do primeiro cinema rural de Jundiaí. Além disso, a preservação da área do CEA-IAC implica também na proteção de 29 espécies de anfíbios, 19 espécies de répteis, 31 espécies de mamíferos, mais de 216 espécies de aves e 652 espécies de borboletas e milhares de espécies de plantas. A preservação do CEA-IAC colabora ainda para a perpetuação da sua função ambiental e tecnológica, gerando empregos e atraindo investimentos que podem colaborar com a economia e a educação.