A sessão da Câmara Municipal da noite desta terça-feira (05) terminou por adiar a votação de alguns projetos importantes que estavam na pauta do dia. No mais, a audiência reservou momentos ora inusitados ora incomuns. Vamos a eles.
Vai doer no bolso
Uma fonte ligada à reportagem garantiu: já está no Legislativo um texto-bomba da prefeitura de Jundiaí que pede aprovação dos vereadores para reajuste do IPTU 2018. O valor do aumento poderia chegar a 25%. Ainda faltam duas sessões antes do recesso da Casa, que também vai votar o orçamento municipal de 2018, peça que deverá ser aprovada sem emendas dos vereadores.
Vem por Aí
Os vereadores Antonio Carlos Albino (PSB) e Wagner Ligabó (PPS) preparam a quatro mãos um projeto de lei que prevê capacitação dos professores da rede municipal de ensino ou de algum outro profissional em noções de primeiros socorros. O texto também deverá tratar sobre autonomia dessas pessoas em ministrar algum medicamento, no caso de emergência. “Você já pensou se alguma criança engasga na sala de aula? Alguém tem de saber a manobra de Heimlich”, defendeu Albino.
Um abacaxi para Gastaldo
Deu ‘pano pra manga’ a votação sobre projeto de Lei do vereador Wagner Ligabó (PPS) que prevê obrigatoriedade do estatuto do idoso em comércios, bancos e afins. O placar dividiu o plenário em 8 a 8 – fato raro atualmente na Casa. Coube a Marcelo Gastaldo (PTB), que por acaso presidia a sessão bem naquele momento, dar o voto de minerva sobre o caso. Gastaldo não quis assumir o ônus e votou favoravelmente ao projeto, que agora tem força legal. “Mas ainda tenho dúvidas em relação ao alcance da medida”, disse.
Câmara, mostra a tua cara
Após deferimento favorável de Gastaldo, Ligabó pediu questão de ordem para agradecer a favorabilidade e dizer que o texto havia instigado “o movimento do não”, o que é legítimo, mas que por outro lado a “Câmara mostrou sua cara”. Nem é preciso gastar muito fosfato para entender o caso: o movimento contrário é formado por comerciantes ou representantes do comércio. O custo para disponibilizar o Estatuto do Idoso, que tem sete páginas, é irrisório. A multa em caso de infração não é tão irrisória assim. A penalidade por não ter o estatuto no estabelecimento é de 20 Unidades Fiscais do Município, o que equivale a R$ 3.150. Caso algum idoso se utilize do estatuto para perceber que está sendo lesado, a multa pelo desrespeito pode chegar a R$ 1 mil.
De pai pra Filho
A ideia para confecção da lei de Ligabó partiu de seu ex-assessor, o jornalista Fábio Pescarini – presente à sessão de ontem. Fábio acompanhava o pai, seu Antônio Pescarini, de 86 anos, numa ida ao banco. “Vi que todo mundo era atendido, menos meu pai. O tempo foi passando até que fui olhar atrás do biombo e percebi que não tinha ninguém do banco atendendo idosos naquele momento. A pessoa tinha saído pra almoçar e não tinha ninguém pra atender meu pai”, conta. Em tempo, após os 80 anos o atendimento passa a ser de prioridade máxima para esse público.
Na bronca 1
O vereador Rogério (PHS) estava bronqueado com a número um da TVTEC (antiga TV Educativa de Jundiaí), Mônica Gropelo, pela não cobertura da emissora da festa das crianças no bairro Ivoturucaia. “Faço esse evento há 13 anos e foi a primeira vez que não teve registro. É uma festa popular, com participação de mais de mil pessoas. E ela (Mônica) tinha dito que enviaria uma equipe ao local.” Ficou para dezembro de 2018.
Na bronca 2
O vereador Romildo (PR), que costuma não mandar recados por terceiros, soltou o verbo contra o gestor de Agronegócio, Abastecimento e Turismo da prefeitura, Eduardo José da Silveira Alvarez. O imbróglio se deu por conta de um exame ocupacional da prefeitura que, diz Romildo, está deixando aproximadamente 60 feirantes sem o direito de poderem trabalhar. “Esse exame tem de ser feito, mas o prazo estava em cima da hora e fui pedir maior flexibilidade ao gestor. Ele disse que se fosse pra dar um ‘jeitinho’ entregaria o cargo ao prefeito. Eu não sou homem de jeitinho, não!”, bradou. O vereador explicou que tem gente com produtos perecíveis comprados, e que pode haver prejuízo em razão da medida “extremada” da prefeitura.
Miguel Haddad (In Memorian)
Representantes do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (SEESP) usaram a Tribuna para divulgar a IV Mostra de Engenharia de Jundiaí, que vai de 11 a 15 de dezembro no edifício anexo à Câmara. “Nesta edição, vamos prestar uma homenagem póstuma ao Miguel Haddad”, disse José Augusto de Moraes, que consertou na sequência. “É Jorge Haddad, mas no convite está certo!”

Presenças Ilustres
O pastor belga Zyon (K9) do canil da Guarda foi alvo de um batalhão de fotos dos presentes, enquanto esteve no plenário. O cão e o soldado Madeira foram homenageados durante a sessão. Quem também atraiu olhares e movimentou os bastidores da sessão foi o pequeno Arthur Gustavo, de 4 meses, filho do vereador Gustavo Martinelli e de Ellen Camila, também presente à sessão. “Ih, ele é bravo, viu?!”, garantiu a mãe. Mas o menino distribuiu alguns sorrisinhos ao vereador Leandro Palmarini (PV). Tico também brincou com Arthur e aproveitou para mostrar a neta, Manu, com sua belíssima cabeleira. “Na família do Tico só tem mulher”, brincou um vereador.
Ficou pra depois
Adiados: projeto de EdiCarlos Vieira (PSD) sobre nepotismo imobiliário e o projeto que instituía o Circuito do Esporte Santa Clara, de Cristiano Lopes (PSD). Reprovado: texto de Cristiano sobre contrapartidas publicitárias a quem investir em atletas de Jundiaí. Motivo: existe Lei Municipal de 1996 que trata do assunto. “A Lei é desatualizada e a prefeitura não se vale dela para conseguir patrocínios”, lamentou Cristiano.